Numa primeira leitura, pode parecer que falamos da mesma coisa. Mas não. E a diferença é tanta que irá impactar totalmente a forma como respondemos/reagimos às atitudes da criança/adolescente. Diante de um comportamento que entendemos como "mau", se a nossa mente disparar automaticamente o sinal de alarme, que nos diz que estamos a ser desafiados e provocados e que a nossa autoridade está a ser testada, iremos reagir com uma necessidade urgente e desesperada por controlo e por imposição de limites.
Nesta situação, sentindo-se o adulto ameaçado, questionado, desrespeitado ou até impotente, interpretará o comportamento da criança como um ataque pessoal, um sinal de que não está a educar como deveria e que, portanto, precisará de impor mais e mais limites.
Mas as crianças, na maioria das situações, já conhecem perfeitamente os limites, certo? Existe, então, algo que falha no meio do processo e não será, seguramente, solucionado através de mais autoridade, limites, punições e desconexão.
O real desafio é saber lidar com o comportamento
Perante confrontos, birras, recusas, oposição, falta de colaboração, lutas de poder e tantos outros comportamentos indesejáveis, nenhum pai/mãe ou profissional se sentirá confortável - são, efetivamente, comportamentos desafiantes, não porque nos queiram desafiar diretamente, mas porque se apresentam como verdadeiros desafios, que tanto exigem da nossa auto-regulação emocional e da nossa habilidade para educar.
O "mau comportamento" esconde sempre um pedido de ajuda É essencial que paremos de olhar para esses momentos de descontrolo emocional e/ou de oposição como ataques pessoais e, sobretudo, à nossa parentalidade. Quando desenvolvemos a capacidade de encarar o "mau comportamento" como um indicador que que aquela criança/adolescente precisa de ajuda, orientação e conexão, estamos a começar, gradualmente, a quebrar o ciclo do "mau comportamento" padronizado. Vamos (re)educar o nosso olhar para que a nossa atuação possa, também, alterar-se?
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